Lembra quando lhe
falei há alguns dias que existem certas músicas que me fazem entrar num estado
diferente de espírito. Nesse dia lhe contei das que me deixam ora triste, ora
pensativo e ora até com um ar mais romântico... Então, me deixa contar o que acabou
de me acontecer.
Cá estava eu
concentrado a resolver a segunda questão de uma segunda lista daquela matéria
que eu carinhosamente chamei de PQP sentado na mesa ao lado da do notebook. Para
o meu auxílio, Jimmy Page admitia que a culpa não era de ninguém, só dele,
cantava que o diabo estava lhe dizendo para fazer certas coisas, e que ele
tinha um grande problema nas costas para resolver, e que mesmo assim a culpa
era só dele.
Enfim, mesmo com toda
a ajuda da minha banda favorita, perdi-me na confusão de incógnitas, equações
independentes, sistema global, molar, lbm/h e outras tantas coisas que me vão
ser pedidas amanhã bem cedo.
Pois quando menos vi
estava eu a sussurrar certa música que escutei naquele dia sentado naquele
banco recentemente pintado na cor marrom. Ao meu lado estava você sempre linda
e com esses grandes e vivos olhos. Às nossas costas as fontes d’água ajudavam a
relaxar o clima. Ao redor as pessoas passavam em roupas caras e caras esnobes, os
seguranças daquela praça iam e vinham, boné, colete e feições sérias.
Quase ao nosso lado
aquela banda tocava alguns clássicos rocks brasileiros, enquanto as pessoas que
estavam sentadas ao restaurante pouco ligavam para esse simples momento, tudo
que queriam era falar sobre trabalho, ou mal de alguém, ou outra coisa
qualquer. E você seguia ali, ao meu lado, cantando bem baixo, como se fizesse
um show particular para mim.
Eu sorri feliz e lhe
falhei sobre como iríamos criar nosso guri, eu daria aulas de rock britânico
durante os passeios de carro, você cantaria Renato Russo, Leoni e Cazuza pondo
ele para dormir. Você sorriu mais ainda e continuou a cantar a mesma música que
eu cantei agora há pouco.
“Por que não eu? Ah!
Ah! Por que não eu?”
E dessa música eu
retiro uma parte que resume bem a razão de eu escrever:
“Eu vou dizer aquelas
coisas, mas na hora esqueço...”
Queria poder contar mais, mas tenho que achar uma saída para o problema.
Lucas Sales Viana
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