O celular
tocou e eu o atendi:
-Oi. Ei, onde
fica tua campainha? Você já está aí fora? Sim, mas eu queria tocar a
campainha...
Ela riu, eu ri
com ela e disse que já estava indo, que não precisava daquilo. Desliguei,
procurei a chave entre aquela bagunça que já se formara na mesa. Ela tocou a
campainha mesmo assim. Ri mais uma vez.
Parei de frente à porta, olhei
pelo olho mágico e lá estava ela a segurar um par de livros, quando percebeu
que eu estava a admira-la, chegou sorrindo próximo ao outro lado do olho e
arregalou um daqueles lindos olhos que só ela tem. Grandes e brilhantes e
escuros como duas jabuticabas bem lisinhas. Abri.
Dei-lhe um breve beijo, uma
espécie de “boa-tarde, como você está?”, peguei-lhe os livros e a trouxe para
dentro, ela correu para o nosso quarto, atirou a bolsa no chão e se jogou na
cama ocupando a sua metade, não que ela só tenha uma metade, muitas noites ela
toma a cama por completo. Cheguei depois, joguei os livros sobre uma cadeira,
peguei sua bolsa e joguei sobre os livros. Ela deu leves tapas com a mão
direita na cama e me chamou com um olhar como só ela sabe. Refém, deitei-me.
Ela
me amarrou com seus braços e pernas, me deu um beijo de verdade, como se me
dissesse, eu estava morrendo de saudades de você, seu idiota. Ela guiou minha
cabeça para o seu colo. E a única coisa em que eu podia pensar era no quanto aquele
par de peitos era melhor que o meu travesseiro. Fechei os olhos e deixei-me
afogar por ali mesmo, depois de alguns segundos voltei a respirar e a sentir
todo o cheiro que só ela tem misturado com o seu hidratante favorito, desodorante
feminino, perfume doce, e um pouco de suor da caminhada feita até minha casa. Aquilo
me excitou.
Afastou
meu rosto e voltou a me beijar. Depois de uns três ou quatro longos beijos,
voltamos a nos olhar e perguntei:
-
Como você está? Ah, como eu precisava disso.
Pude
ver toda a confusão que se passava dentro dela através daquelas duas janelas
que ela tem. De repente começou a chover forte. Olhei para ela e voltei às
perguntas:
-
O que aconteceu, amor? Está tudo bem?
Fechou o rosto e começou a falar dos seus tormentos. Eu só a observava e
buscava aprender algum detalhe dela. Interrompi-a com um pedido de desculpas. Desculpamo-nos
pelas burradas que cometemos um a o outro. Ela me deu outro beijo e sorriu.
Continuou com as tormentas e eu só ouvindo. Ajudei com os conselhos que eu pude
dar, ela balançou a cabeça, deu outro sorriso e me fez um pedido:
-
Fica de bruços. Pra quê? Fica!
E
o que eu podia fazer? Ela é persuasiva de tantas formas, que não consigo
descrever todas. Deitei-me como mandado. Estava sem camisa e vestia apenas um
short. Ela se aproveitou disso, montou sobre o meu quadril e com aquelas mãos
magras começou a tocar minhas costas de forma calma. Não sem antes tentar me
dar uma chinelada na bunda, pressenti o golpe e escapei dele. Ela é sempre
assim. Senti descargas passando por todo o meu corpo. Fechei os olhos. Limpei a
mente.
Ela
continuou a me massagear, eu podia sentir suas quentes e macias mãos
percorrendo as minhas costas. Os calafrios me corriam da nuca até os tendões dos
tornozelos. Como diabos ela consegue ser
tão boa nisso e noutras coisas? Era o que eu conseguia pensar entre uma onda de
calafrios e outra. Relaxei.
Ela
terminou com beijos pela minha nuca e ombros de uma forma bem provocante e a
passar seus cabelos lisos e negros por sobre minhas costas arrepiadas com tudo
aquilo. Deitou-se ao meu lado e sorriu. Tudo que eu pensava era que não podia deixar
essa mulher tão só. Olhei para ela e falei:
-
Minha vez. Vire-se, agora quem vai fazer massagem sou eu.
Ela abriu um
sorriso malicioso, apertou um pouco os olhos, levantou uma das sobrancelhas e
soltou:
- Como? Eu
estou toda vestida... Tira a blusa. Só a blusa? Não quer que eu tire mais nada?
É, é melhor, você mesmo disse que estava com as coxas doloridas depois de todos
aqueles exercícios. Vem, eu vou te massagear.
Levantei-me e
fui buscar um dos tubos de hidratantes que já moram no quarto. Eu sabia que o
toque grosso das minhas mãos calejadas sem um pouco sequer de hidratante não
seria tão prazeroso para ela. Voltei os olhos para a cama e lá estava ela sem a
blusa, só de sutiã preto que lhe apertavam e aproximavam os seios, e sem as calças,
apenas uma calcinha delicada e colorida separava meus lábios dos dela. Não era
hora ainda, pensei, primeiro a massagem! Afirmei isso mentalmente. Repetidas
vezes.
Ela me deu
outro olhar daqueles. Daqueles que te arrancam todas as ideias e te deixam
apenas com uma. Foda-se o mundo, eu tenho que foder essa mulher. Não agora,
vamos jogar o jogo dela, pensei em seguida. Logo depois reparei que algo estava
errado:
- Você não
está de bruços...
Ela sorriu,
olhou para mim, arqueou as costas para frente, e num passe de mágicas lá estava
ela me falando já sem a sua parte de cima:
- Por que você
não começa pela frente?
Seu sutiã
marcara toda a parte inferior daqueles lindos seios. Sentei sobre o quadril
dela como mandado, derramei um pouco de hidratante na mão esquerda, esfreguei
as mãos e deslizei-as pelos seus seios macios e quentes. Parte de mim queria
lhe arrancar o resto de roupa que tinha, outra me dizia para continuar no jogo
dela, continuei a jogar. Ela fechava os olhos na maioria do tempo e dava mordiscos
no lábio inferior. Eu por vezes parei de massagear aqueles lindos seios só pra
beijá-la sem pressa.
Levantei-me,
peguei no seu quadril e joguei-a para o outro lado da cama. A bunda dela me
encarava, assim como sua expressão maliciosa e extremamente convidativa.
Encaixei-me outra vez sobre o quadril dela, encarei aquelas costas e aquela
nuca delicada por alguns segundos. Abri o hidratante, derramei por todas suas
costas e corri as mãos sem a menor pressa. Tentava sempre dosar o excesso de
força, ela parecia gostar de tudo aquilo, sequer abria os olhos agora. A cada
corrida, as mãos desciam mais e mais. Saí do seu quadril e sentei ao seu lado.
Ela virou a cabeça para o meu lado, abriu os olhos e com um olhar meio triste
perguntou:
- Por que você
saiu de cima? Relaxa, apenas relaxa.
Dei outro
beijo nela e disse para fechar os olhos. Ela obedeceu. Derramei mais um pouco
de hidratante, só que agora eu mirava as covas das suas costas, aquele maldito
par de covas me deixava excitado como um cachorro louco. Massageei seu quadril,
e para cada corrida completada, as mãos desciam mais e mais. Ela entendeu o
jogo, tirou os braços de sob o travesseiro pequeno que lhe apoiava a cabeça e
baixou a calcinha até o fim da bunda. Tive apenas o trabalho levar sua calcinha
até os seus pés, tirá-la e depois jogar sobre parte da cama vazia. Corri as
mãos, com agora mais força, até suas linhas que separam a bunda das coxas
grossas. Senti os lábios bem próximos aos meus polegares. Recuei.
Ajeitei-me mais
para o fim da cama. Derramei hidratante do começo das suas coxas até os seus
calcanhares. Ela achou por um instante que eu iria chegar logo a sua flor. Eu estava
jogando agora o jogo dela. Paciência, mulher. As mãos correram, sem pressa,
primeiro por sua perna esquerda. Eu agora apertava um pouco mais, um rastro
vermelho era deixado pelos dedos sobre sua pele sensível e branca das coxas.
Ela gemia baixo a cada passagem de mãos. Parei nos pés dela, passei um tempo
massageando-os. Eu não tinha pressa alguma. Podia-se ouvir ao fundo o barulho
da chuva, agora fraca, que teimava em cair naquela tarde.
Lucas Sales Viana
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