sexta-feira, agosto 09, 2013

Que você construa uma escada para as estrelas e suba cada degrau, meu amor.

- Ei, já cheguei.
- Tá, espera um pouco, pode ser?
- Sim. – Desliguei o celular. Com o carro parado na esquina escura, eu pensava em como seria nossa noite, qual caminho eu pegaria para chegar até o Estoril, se já estaria muito cheio quando chegássemos, ou se a música seria tão boa quanto nós estávamos esperando. Saí do carro, mas sem saber direito o porquê de estar fazendo aquilo, apenas saí. Subi a rua, estranhamente eu sentia essa necessidade de andar, cheguei ao final da rua, olhei para um lado, para o outro, dei meia volta e desci-a.
Olhava de forma despretensiosa para as grades e portões das casas e até pros jardins tristes de algumas outras, eu ainda tentava descobrir o que me dera para estar ali andando... Ao fundo pude vê-la indo em direção ao carro, ela chegou, tentou abrir a porta do passageiro, sem sucesso. Eu ri enquanto se abaixava para tentar ver por entre o vidro escuro, continuei descendo a rua no mesmo ritmo. Chegando mais perto, notei algo diferente, apesar de vestida para sair, não estava com os cabelos tão bem penteados como de costume, tive um mal pressentimento. Então ela me viu, não sorriu, apenas me esperou. Destravei o carro, dei um beijo de olá, ela retribuiu e entramos no carro.
- Não quero mais sair. – Soltou com uma feição séria
- Como é?
Ela suspirou, levantou o olhar – Não quero mais, você ainda quer?
- Aconteceu alguma coisa?
- Não, apenas não estou mais a fim de sair. – E fechou a cara.
- Ok. Vamos pra casa então?
Virei a chave, liguei o som e parti. Mal começamos a rodar e ela me falou sobre uma promoção que estava acontecendo no shopping Benfica, perguntei se ela queria passar por lá e ela topou. Fomos. E aquilo me parecia mais um inferno. Essa cidade se parece cada vez mais com um inferno. O shopping estava lotado de tal forma que mal podíamos andar lado a lado eu e ela. Aquilo me irritara mais ainda. E a ela também. No final ela acabou não comprando. Voltamos para casa.
Eu insistia em descobrir o que tanto lhe estava incomodando, mas ela mais parecia uma rocha àquela garota de sempre. Em silêncio chegamos em casa, estacionei o carro, virei a chave e ela logo tratou de sair. No quarto ela jogou suas coisas ao chão e pra cama foi, fui junto. Ainda perguntei mais um par de vezes e ela continuou dizendo que nada acontecera e que apenas não queria sair. Decidi desistir por aquele momento. Apenas fiz carinho enquanto olhávamos para o ventilador que ficava no teto.
As horas se passaram, ela lá em silêncio, eu no seu pescoço em silêncio. Ora eu me levantava para lhe mostrar algo no notebook, ora ela me chamava para ficar ao seu lado na cama. Contei-lhe que ficaríamos sozinhos naquela noite, que a casa seria somente nossa por alguns dias. Ela deu um sorriso leve e teve uma ideia.
- Vamos para a varanda?
- Sim. – Respondi.
Juntamos um lençol grande, alguns travesseiros gordos e fomos. Abri o lençol por sobre a área descoberta, ela jogou os travesseiros, voltei para pegar o notebook, meu celular e o telefone de uma pizzaria que fica nas proximidades. Coloquei o notebook sobre uma das cadeiras da área, liguei-o e sai. Ela ficou mexendo na máquina, procurando por músicas, enquanto eu entrei para pedir a pizza.
- Pode ser portuguesa? – Gritei de dentro da casa.
- Pode. – Ela gritou de volta.
Fechei o pedido, voltei para o ninho com um par de pratos e talheres. Ela já estava deitada com poucas roupas e olhava para o céu, uma música qualquer tocava, cheguei perto do computador...
- Não mexe aí, vem pra cá. -  Ela soltou.
- Como quiser. – Fui e me deitei ao seu lado e olhei para o céu.
Era uma noite de algumas nuvens e poucas estrelas, essa cidade e suas luzes cada vez mais matam a beleza do céu. Aquela mudança de cenário, de alguma forma conseguiu mudar o humor dela. Ao seu lado deitado e olhando para céu, ela começara a conversar, das bobeiras do dia a dia, aos problemas em casa...
A campainha tocou.
- A pizza chegou! – Corri para pegar e voltei tão rápido quanto para o ninho e lá estava ela sentada à mesa e sem blusa e com um sorriso grande pra mim. Coloquei a pizza sobre a mesa de centro, joguei carteira e as chaves ao chão, tirei a camisa e me aproximei dela. Ela pegou a blusa que repousava sobre o seu colo e a vestiu, deu outro sorriso para mim. – Vamos comer, amor, antes que esfrie... – Ela sabe como me provocar, pensei.
Comemos cada um dois pedaços, ela com sua mostarda e eu com meu ketchup, ela rindo maliciosamente para mim enquanto sua mão escorria por entre minhas pernas e eu sendo afastado a cada tentativa de roubar um beijo mais quente. Terminamos, ela decidiu se levantar e levar a pizza até a cozinha. – Não, amor, é bom guardar, aguenta aí, você vai ficar bem... – Eu me deitei no ninho, puxei um travesseiro para apoiar a cabeça e esperei por uma estrela cadente. A escuridão se fez, com seus cabelos negros ela me tapou a visão, só podia ouvir sua risada e sua respiração. Em seguida ela completou com suas mãos. Eu estava imóvel, e assim queria ficar, eu me perdia naqueles fios e em como eles eram cheirosos. Meu Deus, eu estou fodido, sussurrei.
A luz se fez e com ela uma estrela cadente em forma seminua me apareceu. Essa mulher ainda me mata, aquela silhueta magra e tão curvilínea, com seios firmes, como se a gravidade ainda não tivesse sido ligada, cintura fina e quadris largos, coxas grossas e pele lisa e macia, que se completava com um sorriso misto de ingenuidade e provocação. Ela é a minha deusa.
E o meu demônio. Não deixou eu me levantar, apenas deu meia volta e deitou-se ao meu lado, sorriu para mim e voltou os olhos para o céu, esquecera de mim. Tentei avançar e...
- OLHA! Uma estrela cadente, espera, vou fazer um pedido. – Como eu disse, ela sabe me provocar. Fixou o olhar no traçado, que só ela vira, da estrela e fez o pedido.
- Porra! Já perdi uma estrela, me deitei por um bom tempo aqui e nada, você vem e num segundo essa merda aparece... – Resmunguei. Ela sorriu, riu e me beijou. Afastou-se, deu-me um olhar sério, chegou próximo da minha orelha esquerda e soltou:
- Eu pedi pra gente fazer amor. – E voltou para mim com aqueles olhos de jabuticaba cheios de desejo.
O que eu poderia fazer depois disso?


Lucas Sales Viana

sexta-feira, maio 31, 2013

Vagabundo...

Uma vez gritaram-me:
"Você tem que trabalhar!"
Em vez disso,
comecei a escrever.


Lucas Sales Viana

terça-feira, maio 28, 2013

"Se ela quisesse, se tivesse essa certeza..."

O celular tocou e eu o atendi:

-Oi. Ei, onde fica tua campainha? Você já está aí fora? Sim, mas eu queria tocar a campainha...

Ela riu, eu ri com ela e disse que já estava indo, que não precisava daquilo. Desliguei, procurei a chave entre aquela bagunça que já se formara na mesa. Ela tocou a campainha mesmo assim. Ri mais uma vez.

Parei de frente à porta, olhei pelo olho mágico e lá estava ela a segurar um par de livros, quando percebeu que eu estava a admira-la, chegou sorrindo próximo ao outro lado do olho e arregalou um daqueles lindos olhos que só ela tem. Grandes e brilhantes e escuros como duas jabuticabas bem lisinhas. Abri.

Dei-lhe um breve beijo, uma espécie de “boa-tarde, como você está?”, peguei-lhe os livros e a trouxe para dentro, ela correu para o nosso quarto, atirou a bolsa no chão e se jogou na cama ocupando a sua metade, não que ela só tenha uma metade, muitas noites ela toma a cama por completo. Cheguei depois, joguei os livros sobre uma cadeira, peguei sua bolsa e joguei sobre os livros. Ela deu leves tapas com a mão direita na cama e me chamou com um olhar como só ela sabe. Refém, deitei-me.

Ela me amarrou com seus braços e pernas, me deu um beijo de verdade, como se me dissesse, eu estava morrendo de saudades de você, seu idiota. Ela guiou minha cabeça para o seu colo. E a única coisa em que eu podia pensar era no quanto aquele par de peitos era melhor que o meu travesseiro. Fechei os olhos e deixei-me afogar por ali mesmo, depois de alguns segundos voltei a respirar e a sentir todo o cheiro que só ela tem misturado com o seu hidratante favorito, desodorante feminino, perfume doce, e um pouco de suor da caminhada feita até minha casa. Aquilo me excitou.

Afastou meu rosto e voltou a me beijar. Depois de uns três ou quatro longos beijos, voltamos a nos olhar e perguntei:

- Como você está? Ah, como eu precisava disso.

Pude ver toda a confusão que se passava dentro dela através daquelas duas janelas que ela tem. De repente começou a chover forte. Olhei para ela e voltei às perguntas:

- O que aconteceu, amor? Está tudo bem?

Fechou o rosto e começou a falar dos seus tormentos. Eu só a observava e buscava aprender algum detalhe dela. Interrompi-a com um pedido de desculpas. Desculpamo-nos pelas burradas que cometemos um a o outro. Ela me deu outro beijo e sorriu. Continuou com as tormentas e eu só ouvindo. Ajudei com os conselhos que eu pude dar, ela balançou a cabeça, deu outro sorriso e me fez um pedido:

- Fica de bruços. Pra quê? Fica!

E o que eu podia fazer? Ela é persuasiva de tantas formas, que não consigo descrever todas. Deitei-me como mandado. Estava sem camisa e vestia apenas um short. Ela se aproveitou disso, montou sobre o meu quadril e com aquelas mãos magras começou a tocar minhas costas de forma calma. Não sem antes tentar me dar uma chinelada na bunda, pressenti o golpe e escapei dele. Ela é sempre assim. Senti descargas passando por todo o meu corpo. Fechei os olhos. Limpei a mente. 

Ela continuou a me massagear, eu podia sentir suas quentes e macias mãos percorrendo as minhas costas. Os calafrios me corriam da nuca até os tendões dos tornozelos.  Como diabos ela consegue ser tão boa nisso e noutras coisas? Era o que eu conseguia pensar entre uma onda de calafrios e outra. Relaxei.

Ela terminou com beijos pela minha nuca e ombros de uma forma bem provocante e a passar seus cabelos lisos e negros por sobre minhas costas arrepiadas com tudo aquilo. Deitou-se ao meu lado e sorriu. Tudo que eu pensava era que não podia deixar essa mulher tão só. Olhei para ela e falei:

- Minha vez. Vire-se, agora quem vai fazer massagem sou eu.

Ela abriu um sorriso malicioso, apertou um pouco os olhos, levantou uma das sobrancelhas e soltou:

- Como? Eu estou toda vestida... Tira a blusa. Só a blusa? Não quer que eu tire mais nada? É, é melhor, você mesmo disse que estava com as coxas doloridas depois de todos aqueles exercícios. Vem, eu vou te massagear.

Levantei-me e fui buscar um dos tubos de hidratantes que já moram no quarto. Eu sabia que o toque grosso das minhas mãos calejadas sem um pouco sequer de hidratante não seria tão prazeroso para ela. Voltei os olhos para a cama e lá estava ela sem a blusa, só de sutiã preto que lhe apertavam e aproximavam os seios, e sem as calças, apenas uma calcinha delicada e colorida separava meus lábios dos dela. Não era hora ainda, pensei, primeiro a massagem! Afirmei isso mentalmente. Repetidas vezes.

Ela me deu outro olhar daqueles. Daqueles que te arrancam todas as ideias e te deixam apenas com uma. Foda-se o mundo, eu tenho que foder essa mulher. Não agora, vamos jogar o jogo dela, pensei em seguida. Logo depois reparei que algo estava errado:

- Você não está de bruços...

Ela sorriu, olhou para mim, arqueou as costas para frente, e num passe de mágicas lá estava ela me falando já sem a sua parte de cima:

- Por que você não começa pela frente?

Seu sutiã marcara toda a parte inferior daqueles lindos seios. Sentei sobre o quadril dela como mandado, derramei um pouco de hidratante na mão esquerda, esfreguei as mãos e deslizei-as pelos seus seios macios e quentes. Parte de mim queria lhe arrancar o resto de roupa que tinha, outra me dizia para continuar no jogo dela, continuei a jogar. Ela fechava os olhos na maioria do tempo e dava mordiscos no lábio inferior. Eu por vezes parei de massagear aqueles lindos seios só pra beijá-la sem pressa.

Levantei-me, peguei no seu quadril e joguei-a para o outro lado da cama. A bunda dela me encarava, assim como sua expressão maliciosa e extremamente convidativa. Encaixei-me outra vez sobre o quadril dela, encarei aquelas costas e aquela nuca delicada por alguns segundos. Abri o hidratante, derramei por todas suas costas e corri as mãos sem a menor pressa. Tentava sempre dosar o excesso de força, ela parecia gostar de tudo aquilo, sequer abria os olhos agora. A cada corrida, as mãos desciam mais e mais. Saí do seu quadril e sentei ao seu lado. Ela virou a cabeça para o meu lado, abriu os olhos e com um olhar meio triste perguntou:

- Por que você saiu de cima? Relaxa, apenas relaxa.

Dei outro beijo nela e disse para fechar os olhos. Ela obedeceu. Derramei mais um pouco de hidratante, só que agora eu mirava as covas das suas costas, aquele maldito par de covas me deixava excitado como um cachorro louco. Massageei seu quadril, e para cada corrida completada, as mãos desciam mais e mais. Ela entendeu o jogo, tirou os braços de sob o travesseiro pequeno que lhe apoiava a cabeça e baixou a calcinha até o fim da bunda. Tive apenas o trabalho levar sua calcinha até os seus pés, tirá-la e depois jogar sobre parte da cama vazia. Corri as mãos, com agora mais força, até suas linhas que separam a bunda das coxas grossas. Senti os lábios bem próximos aos meus polegares. Recuei.

Ajeitei-me mais para o fim da cama. Derramei hidratante do começo das suas coxas até os seus calcanhares. Ela achou por um instante que eu iria chegar logo a sua flor. Eu estava jogando agora o jogo dela. Paciência, mulher. As mãos correram, sem pressa, primeiro por sua perna esquerda. Eu agora apertava um pouco mais, um rastro vermelho era deixado pelos dedos sobre sua pele sensível e branca das coxas. Ela gemia baixo a cada passagem de mãos. Parei nos pés dela, passei um tempo massageando-os. Eu não tinha pressa alguma. Podia-se ouvir ao fundo o barulho da chuva, agora fraca, que teimava em cair naquela tarde.


Lucas Sales Viana

quinta-feira, maio 16, 2013

Por que não eu?

Lembra quando lhe falei há alguns dias que existem certas músicas que me fazem entrar num estado diferente de espírito. Nesse dia lhe contei das que me deixam ora triste, ora pensativo e ora até com um ar mais romântico... Então, me deixa contar o que acabou de me acontecer.
Cá estava eu concentrado a resolver a segunda questão de uma segunda lista daquela matéria que eu carinhosamente chamei de PQP sentado na mesa ao lado da do notebook. Para o meu auxílio, Jimmy Page admitia que a culpa não era de ninguém, só dele, cantava que o diabo estava lhe dizendo para fazer certas coisas, e que ele tinha um grande problema nas costas para resolver, e que mesmo assim a culpa era só dele.
Enfim, mesmo com toda a ajuda da minha banda favorita, perdi-me na confusão de incógnitas, equações independentes, sistema global, molar, lbm/h e outras tantas coisas que me vão ser pedidas amanhã bem cedo.
Pois quando menos vi estava eu a sussurrar certa música que escutei naquele dia sentado naquele banco recentemente pintado na cor marrom. Ao meu lado estava você sempre linda e com esses grandes e vivos olhos. Às nossas costas as fontes d’água ajudavam a relaxar o clima. Ao redor as pessoas passavam em roupas caras e caras esnobes, os seguranças daquela praça iam e vinham, boné, colete e feições sérias.
Quase ao nosso lado aquela banda tocava alguns clássicos rocks brasileiros, enquanto as pessoas que estavam sentadas ao restaurante pouco ligavam para esse simples momento, tudo que queriam era falar sobre trabalho, ou mal de alguém, ou outra coisa qualquer. E você seguia ali, ao meu lado, cantando bem baixo, como se fizesse um show particular para mim.
Eu sorri feliz e lhe falhei sobre como iríamos criar nosso guri, eu daria aulas de rock britânico durante os passeios de carro, você cantaria Renato Russo, Leoni e Cazuza pondo ele para dormir. Você sorriu mais ainda e continuou a cantar a mesma música que eu cantei agora há pouco.
“Por que não eu? Ah! Ah! Por que não eu?”
E dessa música eu retiro uma parte que resume bem a razão de eu escrever:
“Eu vou dizer aquelas coisas, mas na hora esqueço...”
Queria poder contar mais, mas tenho que achar uma saída para o problema.


Lucas Sales Viana
                                                                      

domingo, abril 14, 2013

Somos, nós, homens, todos idiotas.

Estamos todos fodidos. De uma forma ou de outra nós estamos, homens e mulheres, garotas e garotos.

Fique com raiva de mim, o quanto quiser, quando quiser. Eu sou idiota, e você bem sabe disso, em alguns momentos. Seria impossível ser sempre o bonzinho, ou ser sempre o vilão, eu tenho meus momentos de inspiração sombria.

Minha cabeça doía como se quatro senhores de escravos estivessem batendo ao mesmo tempo em um só negro indefeso. Eu sentia as pontadas dos chicotes acertando essa não tão pequena cabeça. E tudo que eu queria era poder estar com você. Não que ficar perto da minha irmã e do resto dessa família seja ruim, mas nada se compara a você. NADA.

Não sei o que você fez comigo, ou se você realmente fez algo, só sei que nada sei, já dizia algum filósofo virgem por aí na antiga Grécia.

Eu até sei o que você fez, mas o alto nível de álcool nesse momento que passeia por entre as poucas células nervosas que eu tenho me impedem de construir pequenas frases, quiçá lembrar de TUDO que você fez por mim. Não que eu não lembre disso ou daquilo, mas de tudo seria beirar ao impossível.

Não sei se estou escrevendo com nexo e na forma correta, mas preciso disso. Escrever é minha realidade, meu ponto de equilíbrio. É o meu encontro com o meu eu, se ele ainda existir. Pobre eu.

Eu errei. Todos erramos, é uma merda, eu sei. Mas eu errei. O que eu posso fazer?!

Fique puta comigo, você tem esse direito, e eu te levei a isso.

Mas nada melhor que a vodca, nada melhor que a cerveja e quaisquer outras bebidas que eu tenha experimentado nesses quase dezenove meses de uma experiência única para me mostrarem a verdade dura e dolorida.

Em todos os momentos que eu estive alto e à beira de um porre, e até naqueles que eu passei do ponto... em todos eu queria estar com você.

E hoje, especialmente hoje, enquanto a banda tocava músicas que me faziam sentir um lixo, com a sensação de que eu podia estar perdendo você por estar ali com meus amigos, eu só conseguia pensar em você.

Fodam-se todas as outras mulheres que olharam para mim. "Aquele cara sentado na mesa com um copo de vodca e bem vestido, de cabelo curto e barba rala, não muito bonito mas de olhar forte e sério. Se ele olhasse para mim..."

Não que eu realmente queira que elas se explodam, mas apenas não consigo olhá-las com interesse. Eu só penso em você, só quero você, só preciso de você.

Fique puta comigo hoje e talvez até amanhã, quiça um mês, ou dois. Mas eu sempre vou te amar, amar cada detalhe seu, cada sorriso seu e até cada estresse seu. Fique puta comigo o quanto quiser, só por favor não me deixe só. Eu não sei mais como seria minha vida sem você.

Te amar é pouco. Dizer que sinto saudades de você não é nada perto da realidade e até me incomoda. Dizer qualquer coisa ainda não resumiria, todo esse texto ainda é incapaz de explicar o que eu sinto por você.

Apenas peço que me perdoe por hoje, pelo meu mau humor, e por essa escrita de um bêbado que mal chegou em casa e nem as calças tirou.

Perdoe-me se acabei dando um tiro no pé, e na perna, e no resto do meu corpo, ao sair hoje, mesmo sabendo que você estava chateada. Mas a verdade é que em cada mulher que eu batia os olhos, a única que surgia era você, você de cara fechada e chateada. Decepcionada até por tudo que eu fiz hoje.

Mas esse sou eu, o cara nem sempre certo, mas que continua tentando...

Do seu,

Apaixonadamente bêbado,

Lucas Sales Viana

Ps: Queria poder te ligar, mas o meu querido e odiado celular decidiu que era hora de descarregar por completo.

segunda-feira, março 25, 2013

Quinze dias sem ela - Dia Primeiro.

Preso aqui no aeroporto, à espera da conexão, me vejo sem outra opção a não ser esta, escrever o que me vier a mente. Escrever para que se passem quatro horas "rápidas", maldita hora em que não conferi os horários de voo. Frustração é a palavra de ordem.

Mais frustrante que isso é a certeza de não poder tê-la trazido, e a certeza de que ela estará lá sentada e olhando para o quadro branco tentando absorver qualquer coisa que o professor tentar empurrar. Uma tentativa válida para um objetivo que pode parecer distante, mas não o é. Talvez ela esteja roendo uma unha enquanto fica conferindo o celular na esperança de ter notícias minhas, talvez ela esteja na segunda unha, ou na segunda mão.

À minha frente um casal de jovens, um rapaz branco de pulseira preta no pulso esquerdo com detalhes em prata, bem apresentado, e uma garota de cabelos curtos de fogo, à altura do ombro, branca como as nuvens do céu e de camiseta verde e shorts que por pouco não lhe fazem aparecer o começo da bunda, namoram enquanto lancham. Talvez estejam esperando por uma conexão assim como eu. Linda. Mas não interessante.

Será que a minha morena de olhos de jabuticaba está pensando em mim nesse exato momento em que estou aqui a pensar nela enquanto olho esse feliz casal saindo? Mal sabe ela do que sinto agora e da voz ao fundo que me grita para pegar o primeiro voo de volta à cidade natal.

Mas não devo, devo ficar e voar por duas horas rumo a outra cidade, e dessa cidade pegar um carro e passar pouco mais de três horas para só então chegar ao destino final. Até lá eu respiro fundo e mastigo chicletes e ouço música e batuco na mesa do aeroporto para tentar controlar essa ansiedade filha da puta. E para quando nada disso funcionar, o banheiro fica logo ali.

E nessa tentativa de escrita ela não poderia deixar de aparecer, a minha quase íntima amiga, a falta de inspiração. Aquele vazio que me faz, enquanto escrevo, ou pelo menos tento, uma mísera página, dividir a atenção entre as minhas unhas roídas e o grupo de pardais que se aproximam das mesas do centro de alimentação em busca de migalhas. Eles andam a pular e a derrapar no liso piso e a bicar qualquer mínimo pedaço que lhes pareçam com comida.

Até os pardais andam em casais e eu aqui, no meio dessa multidão, só. Ah, que falta ela me faz. Falta, saudades, carência, chame como quiser. O sentimento é o de querer estar ao lado dela, seja deitados e namorando na nossa cama, seja dirigindo enquanto ela me olha com aqueles grandes olhos, seja vendo filme e roubando alguns beijos enquanto roda a parte chata.

Acho que no final das contas essa escrita acabou ficando para ela, uma pena mais uma vez não poder estar lá. Espero que esteja prestando atenção bem à aula de hoje, e que preste também nas que se seguirão durante essas duas semanas.

Será que já leu a primeira carta? Ou vai esperar pela noite? São apenas quinze, e quando menos perceber, lá estarei.

Fim do texto, mas ainda me restam quase as mesmas intermináveis quatro horas de espera...

O capitalismo se transformou numa merda mesmo.


Ps: Não me pergunte o por que dessa frase final, talvez seja apenas mais um produto da minha frustração.


Lucas Sales Viana

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Sobre o que mantém uma chama acesa.

Então... Vou tentar ser breve, mas talvez não consiga.
É como me deitar na nossa cama, olhar para o lado e visualizar a sua imagem ali, ao meu lado. Mas não daquela mesma garota que me sorri um sorriso lindo. É aquela de olhar triste e confuso, que segura o quanto pode as lágrimas. É aquela que vira para o outro lado para fechar os olhos e guardar só pra si aquilo que lhe entristece.
Ali deitado, nós dois, eu e a sua imagem, talvez ela não perceba que a tristeza transpassa as barreiras físicas e atinge a nós dois, vê-la triste, me faz triste. Quando a confusão de pensamentos se espalha, eu também me perco nela.
E em vão eu tento por o braço sobre o corpo da visão. É você sozinha sem alguém que lhe proteja, ou que pelo menos diga ao seu ouvido: Eu estou aqui e você não mais estará só.
Pouco importa se a tristeza dura uma dia, ou um mês, a dor que ela trás é sempre a mesma e é sempre grande.
Por isso não me veja como um chato se lhe tento alegrar, ou  descobrir o que tanto lhe perturba.
Amar não é só compartilhar os momentos bons.

Ps: Para que você entenda, não me vejo motivado a escrever por diversas razões e por conflitos internos, e acredito que você saiba disso. Mas por você e por um sorriso, ou pelo menos um esboço disso, alegre seu qualquer coisa eu farei.


Lucas Sales Viana