segunda-feira, outubro 17, 2011

"Aceito!"


Ele não consegue escrever mais uma vez, veja só a novidade. Não quer apelar para a bebida, mesmo tendo aquela garrafa escondida, não ao Page, não quer ouvi-lo cantar mais, talvez o Morrinson volte, mas devia admitir que é fraco sem isso.

Não conseguia colocar nada, por não pensar em nada, ao contrário do que acreditava até pouco tempo, simplesmente nada por alguns momentos ali, mas só ali.

Todo o resto estava quente e se preenchendo com aquilo.

Enquanto acelerava pesado para voltar para casa, não sabia ao certo o quanto foi para ela ouvir tudo aquilo, quero dizer, é incrível como ele fica idiota quando fala, quando “abre o jogo”, soa como uma criança indefesa, ingênua, que apenas fala sem pensar a verdade toda.

Não é culpa dela. Não ia admitir que ele continuasse calado, se escondendo com aquela máscara idiota, eu estava pronto para agir, mas ele acabou falando antes. Sorte dele.

Não mentiu. Não omitiu, foi sincero até demais, talvez tenha assustado ela. Mas precisa fazer muito mais por ela, muito mais, ouviu, garoto? E pare de escrever, tem alguém te esperando, vá, abra esse coração!


Lucas Sales Viana

quarta-feira, outubro 05, 2011

Carta à May...


Querida,

Não consigo dizer o que eu sinto por você, mas o fato de eu sentir algo, já me torna mais alegre, não têm sido tempos fáceis. Descobri isso há poucas semanas, entre arranhar a sua cara com minha barba e olhar em silêncio pros seus olhos e vê-los me perguntar o que se passava por essa cabeça. Acredite, você vai me achar o cara mais idiota e tolo se um dia me abrir. Mas é algo diferente, talvez por você ser diferente, talvez por eu estar diferente, ou talvez sabe-se lá o porquê... É algo bom, e por ser bom é bom.

Nem escrever tem sido fácil, as palavras não querem sair da minha mente, as verdades ainda se escondem com medo do que aconteceu das últimas vezes. Você está sendo uma das minhas poucas alegrias por esses tempos. Não quero que isso a pressione, longe disso, eu só queria começar a ser sincero pra você, verdadeiro, coisa não tão fácil.

Mas foi o que você um dia me pediu escondida pelo anonimato, você me pediu a verdade, não, compaixão. Oh, merda. Como eu pude ter sido tão idiota, tão omisso, tão falso comigo mesmo. Eu sempre falava em verdade, em ser sincero, e naquele período nem o ‘v’ da verdade eu tinha, eu era mais uma casca oca e falsa.

Pra dizer a verdade, eu sei o que aconteceu, um dia eu vou lhe contar se você quiser ouvir.

Antes que você se pergunte o porquê disso, eu digo, não quero acreditar na possibilidade de nos afastarmos mais uma vez por faltar algo de minha parte, depois do tanto que eu fiz...

Você é única e eu estou me apaixonando por você, mesmo sem perguntar se você deixaria.


Lucas Sales Viana