segunda-feira, outubro 17, 2011

"Aceito!"


Ele não consegue escrever mais uma vez, veja só a novidade. Não quer apelar para a bebida, mesmo tendo aquela garrafa escondida, não ao Page, não quer ouvi-lo cantar mais, talvez o Morrinson volte, mas devia admitir que é fraco sem isso.

Não conseguia colocar nada, por não pensar em nada, ao contrário do que acreditava até pouco tempo, simplesmente nada por alguns momentos ali, mas só ali.

Todo o resto estava quente e se preenchendo com aquilo.

Enquanto acelerava pesado para voltar para casa, não sabia ao certo o quanto foi para ela ouvir tudo aquilo, quero dizer, é incrível como ele fica idiota quando fala, quando “abre o jogo”, soa como uma criança indefesa, ingênua, que apenas fala sem pensar a verdade toda.

Não é culpa dela. Não ia admitir que ele continuasse calado, se escondendo com aquela máscara idiota, eu estava pronto para agir, mas ele acabou falando antes. Sorte dele.

Não mentiu. Não omitiu, foi sincero até demais, talvez tenha assustado ela. Mas precisa fazer muito mais por ela, muito mais, ouviu, garoto? E pare de escrever, tem alguém te esperando, vá, abra esse coração!


Lucas Sales Viana

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