segunda-feira, maio 23, 2011

A última oração...

É estranho ainda para mim a forma como eu escrevo, como eu tento criar, ou, simplesmente, reproduzir algo ocorrido comigo ou visto por mim, todos tem um tanto de dificuldade.

Elas me disseram, talvez por brincadeira, que eu estava apaixonado por ti, e isso não é de todo verdade. “Coração não é tão simples quanto pensa”, eu por horas penso não ter mais um, devido à... Ah! Você sabe... Mas, droga, era pra ter sido só um sonho, era pra nem ter sido... Por que tem que ser assim, por que não se pode somente dormir e acordar, como se nada acontecesse nesse intervalo, seria tão mais fácil para todos.

Eu sempre falo que tudo é complicado, talvez nem seja, mas talvez seja, veja só, depois desse tempo, seria complicado (para mim) chegar à ti e dizer que ela, na verdade, eras tu. Imagines só a cena: Eu a chegar e a ti olhar, tu sempre bela e com esse olhar que me complica. Teria eu que falar ao teu ouvido que és tu a de olhar único, falar-te que foste o meu sonho, o meu texto, o meu dia.

E olharias para mim e pensarias e... E eu não sei o que poderia sair da tua boca, talvez um “sim”, ou um “não, não me interessas”, ou o clássico, e quase automático, “talvez”, o que seria deveras engraçado. Depois de toda uma declaração assumida, tu me vires com um confuso “talvez”, sim, seria divertido, eu iria dar um sorriso, afinal eu sei que somos por natureza complicados e indecisos.

Mas, com toda a certeza, isso não irá ocorrer, não por agora, eu preciso, por uma questão de cuidados, afinal eu já me arrisquei a pular e caí feio uma, duas vezes, você bem sabe disso, esperar um tempo para ter uma certeza maior, afinal, nós precisamos, na nossa mediocridade masculina e medrosa, vetorizar um sentimento, porcentá-lo (talvez nem exista esse verbo) para então sabermos se nos vale, ou não, tirar a máscara.

Ah... essas malditas máscaras, esses sentimentos, esses medos, esses textos, esse tudo... e amanhã é outro dia, óbvio, tão óbvio quanto saber que aqueles mesmos olhos estarão logo ali, volta e meia, olhando para mim e... Já sei como resolver isso.


Lucas Sales Viana

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