Eu deveria nunca ter
entregue a primeira carta. Eu deveria nunca ter recomeçado a escrever nesse
escracho virtual.
Escutar mais, isso
ainda me falta. E, apesar de tanto observar e ler os cenários, falta a este
bêbado de quinta categoria a coragem do dia seguinte. Aquela que nos prometemos
todas as noites antes do primeiro sono. Aquela vã promessa de que amanhã será
diferente.
Beber mais, nisso eu
já ando trabalhando... Os cascos que se acumulam vazios à medida que me
embriago e insisto a escrever resumem os últimos meses. A falsa promessa de
alegria engarrafada é o meu “cala-te boca”.
O que mais não temos
de falso? Quem seria falso o suficiente para atirar a primeira pedra? Você ou
eu?
Um ano longe desse
rascunho/projeto de livro me fez perceber o quão estúpido e arrogante eu sou, o
quão ingênuo e piegas eu era e por
vezes finjo ainda ser.
Ainda me falta um
longo caminho para chegar em casa.
Lucas Sales Viana
Lucas Sales Viana
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