Ela mexeu na
minha testa. Que susto, eu disse. Eu não consigo mais dormir, posso me deitar com
você? Claro. Entrou nas cobertas e se agarrou forte ao meu corpo. Eu não estava
acostumado com aquilo. Por razões que pouco importam dormíamos em
camas separadas e em quartos separados àquele final de semana. Eu acordei para
fazer xixi e quando voltei pra cama não consegui mais pegar no sono. O que
houve? Perdi o sono... A de 480 é melhor, amor, ela recomeçou. Quando eles vierem terão um
quarto, ela é mais iluminada e ventilada. Mas você adorou a de 400, princesa.
Eu tenho que pensar neles também, não
posso ser tão egoísta. Eu sei, paixão. Não tem problema, seja lá qual você
escolher, eu vou lhe apoiar e lhe ajudar em tudo, é pra isso que eu estou aqui.
Qual você gostou mais? ela perguntou se ajeitando sob a pequena coberta. A de 400, mas se você escolher a outra, ou até a de 550,
eu também vou gostar, pouco me importa onde você ficará, eu virei do mesmo
jeito e sempre.
Cheirou-me a barba e disse que me amava. Ficamos ali deitados e em silêncio por alguns
minutos naquela pequena cama de solteiro jogada ao chão. Eu de olhos fechados e
com a cabeça a mil, ela talvez olhando naquele escuro para o que poderia ser a
minha orelha, ou talvez ela estivesse igual a mim, tentando decidir qual
caminho escolher. Não consegui mais dormir, mas também não abria os olhos, nem
falava nada, apenas senti aquele momento e toda aquela insegurança. Vai dar
tudo certo, você vai ver, eu te prometo isso, garanti. Virei e encaixei meu
corpo ao dela. Ficamos naquela posição e até dormiríamos... Vou pro meu quarto,
é melhor, né? Tudo bem, eu disse. E lá se foi ela levando nosso calor juntos.
Lucas Sales Viana
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