quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Crônicas sem título - 2

Cheguei, eu disse. Dez horas de viagem depois eu olhava para ela através da janela. Seus olhos de jabuticaba corriam pelo ônibus tentando em vão encontrar os meus. Era noite e fazia frio naquela pequena rodoviária de formato semicircular. Cansado da viagem, mas com um sorriso escondido no bolso, atravessei o corredor do ônibus até a porta, desci as escadas procurando por aqueles lindos cabelos negros. Lá estava com um sorriso enorme, braços cruzados e pés inquietos. Correu até mim, pulou e se agarrou.
Cheguei, princesa. Bom dia, amor, ela brincou. Bom dia, paixão, completei sorrindo. Vamos pra casa? Me deu um beijo com todo o seu amor e ali ficamos. Por alguns segundos o mundo parou naquilo, naquele jovem casal apaixonado e sonhador. Me soltou e nós fomos até o ponto de táxi. Entramos e ela deu o endereço. Cinco minutos depois e Dez Dilma$ a menos chegamos ao novo apartamento dela.
Amor, não repara na bagunça, ainda não deu tempo de arrumar tudo. Princesa, como tá o nosso quarto? Tá arrumadinho. Vamos bagunçar então. Ela riu. Entramos. Não estava nada bagunçado. Somente as louças, poucas, sujas. Joguei a mochila no chão. Quer água, ela perguntou. Quero você primeiro. Ela riu. Tentou chegar à cozinha, agarrei-a antes e com um beijo desmontei-a. Ela se rendeu ao meus braços. Fomos para o quarto.

Lucas Sales Viana

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