Cheguei, eu
disse. Dez horas de viagem depois eu olhava para ela através da janela. Seus
olhos de jabuticaba corriam pelo ônibus tentando em vão encontrar os meus. Era noite e
fazia frio naquela pequena rodoviária de formato semicircular. Cansado da
viagem, mas com um sorriso escondido no bolso, atravessei o corredor do ônibus até
a porta, desci as escadas procurando por aqueles lindos cabelos negros. Lá
estava com um sorriso enorme, braços cruzados e pés inquietos. Correu até mim,
pulou e se agarrou.
Cheguei,
princesa. Bom dia, amor, ela brincou. Bom dia, paixão, completei sorrindo.
Vamos pra casa? Me deu um beijo com todo o seu amor e ali ficamos. Por alguns
segundos o mundo parou naquilo, naquele jovem casal apaixonado e sonhador. Me
soltou e nós fomos até o ponto de táxi. Entramos e ela deu o endereço. Cinco minutos depois e Dez Dilma$ a menos chegamos ao novo apartamento dela.
Amor, não repara na bagunça, ainda não deu tempo de arrumar tudo. Princesa,
como tá o nosso quarto? Tá arrumadinho. Vamos bagunçar então. Ela riu.
Entramos. Não estava nada bagunçado. Somente as louças, poucas, sujas. Joguei a
mochila no chão. Quer água, ela perguntou. Quero você primeiro. Ela riu. Tentou
chegar à cozinha, agarrei-a antes e com um beijo desmontei-a. Ela se rendeu ao
meus braços. Fomos para o quarto.
Lucas Sales Viana
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