domingo, setembro 05, 2010

Vamos botar pra quebrar, amigos!


Sentado, rumo à morte, sentenciado pela própria mente. Olha por cima, vê pequenas formigas vestidas com diferentes cores, vê carros e motos, grandes, pequenos, preto, cinza, branco, vermelho... Fita o nada, o sol começa a ir, pássaro voam um tanto distantes, ainda não apareceu a primeira estrela... Espera por algo. Por algo que sempre lhe foi dito, o filme. Onde está a porra do filme que dizem que passa na nossa frente? Aguarda dez, quinze, vinte minutos. Nada do filme. Sem filme eu não vou. Beiça a sua fiel companheira, a garrafa de vodca, agarra-a, levanta-se com cuidado e segue o caminho de volta.

Calçada. Olha ao seu redor, olhares perdidos, passos apressados, maletas à mão. Que vida de merda. Pensa em gritar. A (falta de) coragem e o carinho aos bagos o seguram. Uma vitrine interessante. Na exibição, velhos LP's de grandes músicos, uma guitarra azul claro pendurada de um lado, um contrabaixo elétrico vinho doutro. Clássicos. Lembra-se dos velhos tempos, da banda de rock do colégio, ele na guitarra e vocal, ela no baixo e o outro fechando na bateria. Guitarra e baixo tocavam a mesma balada, faziam juras de eternidade.

A bateria atrapalhou os planos...

Decepcionado, afasta-se da vitrine, ruma para lugar nenhum, ou melhor, ele sabia aonde ir, bota a mão num bolso da calça, depois noutro, nada. Vou a pé, preciso perder essa barriga.


Lucas Sales Viana

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