domingo, fevereiro 27, 2011

Thank You.


Obrigado

Se o Sol se recusasse a brilhar
Eu ainda estaria amando você
Quando as montanhas desmoronarem rumo ao mar
Ainda assim haverá você e eu

Mulher bondosa, eu te darei tudo
Mulher bondosa, nada mais

Pequenas gotas de chuva, sussuros da dor
Lágrimas de amor se perdem com o passar dos dias
Meu amor é forte, com você não existe erro
Juntos nós ficaremos até morrer

Inspiração é o que você para mim
Inspiração, veja, entenda

E então hoje, meu mundo sorri
De mãos dadas, nós caminhamos quilômetros
Graças a você isso será feito
Para mim você é a única

Felicidade, tristeza nunca mais
Felicidade, eu estou satisfeito

Se o Sol se recusasse a brilhar
Eu ainda estaria amando você
Quando as montanhas desmoronarem rumo ao mar
Ainda assim haverá você e eu

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

O cheiro da chuva caindo é liberta dor (libertador).

Eu sinto o arrepio, aquele mesmo. Os olhares, os sorrisos falsos, as lacunas de falas que existiam. E, merda, o silêncio enlouquece um homem, sabia? É no silêncio que todos os demônios gritam ao seu ouvido, persuadem você com as ideias mais estúpidas e nonsense e... Nossa, faz sentido, é vocês estão certo, é isso que está acontecendo.

Droga, sabe o que está acontecendo, o nada, é isso que está acontecendo. Só o silêncio das notas musicais de um rock triste e solitário com o chirriar de algum grilo escondido em alguma esquina do quarto e o som das teclas da máquina.

Daí, quando o nada acontece, você tem escolhas, nem tudo é finito. Levanta a bunda da cadeira, joga a garrafa vazia no lixo, lava a cara no banheiro e deita na cama, acorda no dia seguinte e segue a vida, caminhando do mesmo jeito capenga de sempre, de cabeça baixa, olhar triste e choroso até o dia em que uma estrela cadente passar e com ela trazer alguma merda junto.

Fica aí sentado, bebe mais um pouco, escuta mais uma música velha e boa, fecha o corpo e a mente e a alma. Levanta, toma um banho, coloca roupas limpas, arruma a mochila com algumas camisas e uma calça jeans, pega o dinheiro escondido na gaveta, abre a porta e sai. Esse é você.


Lucas Sales Viana

domingo, fevereiro 20, 2011

Nada que um banho e algumas boas horas de sono não resolvam.

... O fim, eu vejo o fim, eu vejo como isso vai acabar. Não, não é nada bonito, o fim de tudo nunca é bonito, se fosse, não seria chamado de fim. Tem algo de estranho aqui, eu, o Plant cantando pela sua musa, o copo quase vazio... droga, nada de pessimismos... ah, foda-se, o copo quase vazio, pior, a garrafa já está vazia.

Nunca comece uma estória pelo começo, seja confuso, passe toda essa confusão para o seu texto, as pessoas não são estruturadas. Ou esconda essa sua confusão, se esconda de você, é um dos exercícios mais perigosos, na primeira falha de percurso... Pronto, temos mais um homicídio.

Seja feliz, feliz igual aquelas pessoas que mutilam seus rostos e corpos numa clínica de um açougueiro vestido todo de branco com um sorriso falso e uma mão dentro da sua carteira.
Seja triste, triste igual aos bêbados sentados em uma mesa qualquer de um bar de esquina velho e sujo e com baratas e cerveja quente e cachaça barata.

Sabe o que é pior, o pior é tentar ser você, tentar ser verdadeiro com você e com as pessoas que você ama. Atrás da máscara, nunca saia dela, nunca deixe que os outros saibam como é você, saibam o que você é enquanto toma um banho, ou ouve uma música, ou come uma torta de chocolate, ou chora. NUNCA chore, não mostre humanidade, não somos mais humanos.

Você nunca irá saber o que os outros pensam sobre você, desista, você não vai. Pergunte, elas irão mentir. Mentir todos conseguem, fazer os outros acreditarem na mentira é a diferença, ou você nasce com esse “dom” ou você treina muito e bem.

Eu preciso de um banho e de algumas boas horas de sono, amanhã será mais um dia cinza num ano nublado.

PS: Preciso de outra garrafa cheia.


Lucas Sales Viana

domingo, fevereiro 06, 2011

Troféu.

Por que ela ainda está aqui? Por que ela ainda está falando comigo? Será que ela é tão cega a ponto de não ver a falta de sentido disso, desse momento, dessa cena estúpida? Quero dizer, gritar comigo, chutar um cachorro morto? Ela é a errada. Talvez seja isso, ela não suporta... Droga, ela tá olhando pra mim. Merda, tá dizendo meu nome...

Carlo, eu estou falando com você, por favor, olhe para mim. O que você ainda quer? Olhe para mim, eu estou falando com você... Já disse isso... Ótimo, eu não quero mais continuar com isso...

Oh, ótimo! Lá vem ela com isso de novo. O quê, querida? Nós! Então você quer acabar, como isso não me surpreende?! Pode parar com o sarcasmo, e, acho que sim, acho que não podemos ficar juntos.

Eu estava sentado assistindo minha televisão, deprimido e feliz com minha cerveja, ela estava gelada, era deliciosa. Tomei um gole, eu precisava molhar a garganta, precisava dar um intervalo, minha cabeça dizia: Soque essa vadia, ande, vamos, soque essa puta! Não, eu não bateria numa mulher, por mais que merecesse.

Escuta, mulher! Sempre foi você, esse é o problema. Talvez tenha sido esse o meu problema, você. Você só pode estar bêbado. É claro que estou bêbado... E drogado e deprimido e sentado nessa poltrona velha e suja e ainda confortável, mais macia que o chão duro e frio, enquanto assisto à minha TV... Bem, assistia até o furacão chegar!

Você está louco? Eu me levantei, olhei fundo nos olhos dela e disse: Não, garota, eu estou bêbado, acabei de falar! Então qual é o seu problema? Você, você é o meu problema. Por sua causa eu me tornei nisso... Oh, espere... Por minha causa, eu me lembro agora. Lembra o quê? Lembro-me de quando era eu um egoísta, arrogante e bastardo com um ego que bateria fácil num rinoceronte... Daquela que me disse que eu morreria sozinho e infeliz se eu não mudasse, se não me tornasse uma pessoa melhor... Falei outras tantas coisas, os olhos delas se encheram de água, se não a conhecesse poderia jurar que seria um choro verdadeiro.

Ela surtou, chorou e tentou me abraçar, eu a impedi. Ela levantou a cabeça, olhos chorosos, respiradas profundas e falou que eu nunca a amei. Olha, garota, você deve ser cega, só pode. Eu amo você... Bem, pelo menos eu amei, sei lá. A questão é que amei alguém como eu, alguém arrogante e egoísta, um Carlo na versão “com vagina”... Falando nisso, como vai a sua? Quantos entraram nela desde então? Não fale assim, para você sempre foi assim. Tudo era sexo, tudo terminava na cama.

Olá, mulher, seja bem vinda ao mundo dos homens. Eu podia ficar horas com você na minha boca, era prazeroso, suas pernas me diziam isso, elas tremiam, como elas tremiam. A diferença são os nossos mundos. Você foi o meu mundo, o seu amor, o seu sexo, o seu jeito de balançar os quadris enquanto fazia o café matinal e todo o resto que eu nunca ficava cansado de admirar. Você queria mais, queria um otário, um escravo, alguém, ou melhor, algo para mostrar para as outras, como um troféu, um grande e forte homem empalhado e rígido e com um membro grande e viril.

Isso não é verdade, Carlo, eu amo você, eu só preciso que você saia daqui, você não precisa dessa máquina, nem dessa bebida, nem dessa poltrona, você não precisa viver assim... Vá se foder, você não é minha mãe. Esse é o seu problema, mulher, dizer o que eu preciso e não preciso sem, sequer, me perguntar da verdade. Eu posso fazer o que eu quiser agora, posso sair, entrar naquele bar, pegar uma garota, voltar para meu quarto e pronto! Um vaso vazio e bem bonito estará aqui, na minha cama, pulando em mim enquanto morde o lábio inferior e vira os lindos olhinhos negros. Vou gozar, dormir e amanhã de manhã,  eu a mando embora.

Sou eu que vou embora, seu imundo! Ótimo, assim me salva outro “Vá se foder”. Boa noite, querida.


Lucas Sales Viana

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Só cartas saem agora.

Eu não sei como e nem quando tudo isto começou, tampouco o porquê. (Até sei, na verdade, só não sei o motivo d’eu ainda continuar). O “isto” é isto, apertar algumas teclas de uma forma quase que caótica, juntá-las em algumas palavras e outras frases e poucas orações e, com sorte, um texto aceitável.

Disse que pararia para mim por uns tempos, uns longos tempos, queria que fosse verdade.

Espero ser minha última frase cuspida hoje pela mente insaciável e insatisfeita e tantos mais prefixos “in(s)”, um hoje que se juntou com o ontem, que poderia bem se juntar com o de antes e alguns outros e sumir.

Merda, preciso parar de escutar rocks antigos que me façam pensar sobre tantas coisas, preciso parar de ficar acordado até tarde, preciso parar de beber enquanto todos dormem, preciso parar de escrever o que eu preciso parar de fazer, eu vou para o inferno com tantos pecados.

Droga, Senhor, pra quê inventou tantos padres (tantos idiotas), que destruíram e desvirtuaram o que poderia ser lindo e verdadeiro em algo que faz as pessoas morrerem com o medo de algo que talvez nem exista, sei lá, com todo o respeito?


Lucas Sales Viana