quinta-feira, dezembro 09, 2010

Off the book

Talvez, eu sempre uso o talvez, você já reparou nisso?
Talvez eu, verdadeiramente, seja a personificação do coiote, que foi feito para vagar sem um rumo em busca de alimento, um vagar solitário, que, vez por outra, para em cima do morro mais alto e uiva por horas, à espera de um uivo que o corresponda, mesmo que esse nunca venha.
Talvez eu acredite, ainda que ingenuamente, naquele humano que aparenta ser bom ao me oferecer um pedaço de carne fresca, ainda cheirando à sangue, quando na verdade ele me quer arrancar o couro, ou só me matar, pelo puro prazer da maldade. Talvez eu só me torne melhor, quando eu for pior, porque em todos os momentos ruins eu me saio perfeito.
A escuridão domina, a lua não mais existe, só temos nuvens e mais nuvens, trovões, raios e medo. É chegada a hora da caça. Não irá me ver, só ira me sentir quando eu chegar à sua jugular. Eu tenho fome.


Lucas Sales Viana


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