Sabe, meu estimado amigo, ainda ando eu perdido.
Eu corro os olhos pelo meu quarto, ele já não é o mesmo, está com uma bela pintura, um vitral transparente e um chão limpo, minha cama anda arrumada, com travesseiros e lençóis e colchas limpas, têm, também, as camisas e calças e mochilas jogadas. Minha mesa está uma bagunça, são papéis e fios e incensos e outras coisas mais. Meu quadro branco, que eu uso como memória, está limpo, tem algumas coisas somente. Agora, o que me fode, o que está fodendo comigo é um só, eu.
Lembra, amigo, daquelas estórias de que te falei, do casal em viagem, e das outras duas, você lembra? Você é inteligente, já deve ter ouvido falar em bloqueio? Desde aquele dia sombrio que não gosto de relembrar, não consigo mais continuar. Eu tento uma e duas e até três vezes e não sai nada, e, quando sai, é um belo “FIM!”.
Amigo, as coisas até que vão bem, seriam melhores se conseguisse eu continuar tais estórias (como você disse antes, elas são ótimas). Eu olho pro céu e ainda vejo aquelas nuvens negras, distantes, é verdade, mas as vejo e isso me assusta. A madrugada ainda me prende em frente a essa máquina, não perdi tal “coisa”, é algo que devo concertar, está fodendo com o meu trabalho e todo o resto.
Amigo, talvez eu tenha encontrado uma solução pra isso, será que você concordaria com ela? Ouça. Talvez essas estórias já tenham chegado ao seu fim, eu não tenho a habilidade de continuar algo deixado pela metade, talvez eu só consiga terminar alguma estória maior se começar tudo de novo. É essa a solução? Ajude-me, de verdade.
Um abraço do seu amigo.
Lucas Sales Viana
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