Eu me lembro.
Lembro-me da sua coragem, lembro-me do seu rosto e do seu beijo e dos seus afagos.
Por partes eu canto:
Ela é corajosa por acreditar em algo que nunca viu, pelo menos ao vivo, e quase nunca ouviu, por acreditar em algo que sentiu, isso mesmo, uma sensação a fez, talvez mais do que uma, acreditar naquilo. Ela é corajosa por entrar em um carro preto e de vidros escuros só com uma vaga ideia de como era aquele que dirigia. Eu me pergunto como alguém consegue ser tão louca a esse ponto. Eu não faria nada parecido no lugar dela, talvez eu desistisse no meio do caminho, talvez eu escolhesse o caminho mais fácil, escolhesse ficar em casa, só.
Ela é bela. Ela me foi verdadeira quando segurou minha mão que esperava pela dela. Ela me foi verdadeira quando paramos e me abraçou e me beijou em pleno corredor com um sol escondido atrás daquelas nuvens feias. Ela me foi verdadeira quando falou e quando se calou, ela me foi verdadeira quando me olhava com aqueles olhos assustados, confusos e, por horas, surpresos. Talvez ela nem acreditasse no que estava a fazer, nem eu acreditava. Como ela sairia com um desconhecido, assim, às cegas? Ela me foi verdadeira quando mordia meus lábios enquanto me beijava, enfiava sua língua na minha boca, respirava baixo ao meu ouvido esquerdo, quando tudo que eu fiz foi arranhá-la com minha barba mal feita. Como ela confiaria tanto assim em alguém?
Ela é ímpar... Talvez não seja essa a palavra, por que, afinal, acredito que todos nós fomos feitos aos pares, que não funcionamos sozinhos, podemos até funcionar, mas nunca chegaremos a excelência, não sozinhos. Mas, nesse momento, ela me é ímpar, por acreditar na intuição dela, se arriscar por alguém desconhecido, não vemos muito disso.
E, o mais importante, ela me fez feliz por uma tarde, por enquanto, espero que por mais e mais tardes e dias e noites e madrugadas (Não, não tome minhas madrugadas, eu não sou uma pedra igual a você, eu imploro)... E ainda me perguntava por que eu sorria tanto... Ah, se soubesse todas as coisas que me passam na cabeça.
E eu me pergunto agora:
O que vem em seguida?
Lucas Sales Viana.
se for mesmo assim, ela é isso, vc é aquilo e os dois serão burros se não aproveitarem esse presente!
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